REALISMO
Realismo foi um movimento artistico
e literário surgido nas últimas
décadas do século XIX na Europa,
mais especificamente na França,
em reação ao Romantismo.
Entre 1850 e 1880 o movimento
cultural, chamado Realismo, predominou na França e se estendeu pela Europa e
outros continentes. Os integrantes desse movimento repudiaram a artificialidade
do Neoclassicismo e do Romantismo, pois sentiam a necessidade de retratar a
vida os problemas e costumes das classes média e baixa não inspirada em modelos
do passado.
Características do Realismo
Veracidade: Demonstra o
que ocorre na sociedade sem ocultar ou distorcer os fatos.
Contemporaneidade:
descreve a realidade, fala sobre o que está acontecendo de verdade.
Retrato fiel das personagens:
caráter, aspectos negativos da natureza humana.
Gosto pelos detalhes:
lentidão na narrativa.
Amor: a mulher objeto de
prazer/adultério.
Denúncia das injustiças
sociais: mostra para todos a realidade dos fatos.
Determinismo e relação entre
causa e efeito: o realista procurava uma explicação lógica para as atitudes
das personagens, considerando a soma de fatores que justificasse suas ações. Na
literatura naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao meio ambiente e à
hereditariedade como forças determinantes do comportamento dos indivíduos.
Linguagem próxima à realidade:
simples, natural, clara e equilibrada.
Perceba as características do Realismo neste fragmento:
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo,
não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo.
[…].
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sangüínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 28-29. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo.
[…].
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sangüínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.
PARNASIANISMO
Movimento
literário que se originou em Paris, França,
representou na poesia o espírito positivista e científico da época, surgindo no
século XIX em oposição ao romantismo. O
seu nome vem do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era
consagrada a Apolo e às musas.
Caracteriza-se
pela sacralidade da forma, pelo respeito às regras de versificação, pelo
preciosismo rítmico e vocabular, pelas rimas raras e pela preferência por
estruturas fixas, como os sonetos.
O emprego da linguagem figurada é reduzido, com a valorização do exotismo e da mitologia.
Os temas preferidos são os fatos históricos, objetos e paisagens. A descrição visual é o
forte da poesia parnasiana, assim como para os românticos são a sonoridade das palavras e dos versos.
Os autores parnasianos faziam uma "arte pela arte", pois acreditavam
que a arte devia existir por si só, e não por
subterfúgios, como o amor.
Características
gerais do Parnasianismo
Preciosismo:
focaliza-se o detalhe; cada objeto deve singularizar-se, daí as palavras raras
e rimas ricas.
Objetividade
e impessoalidade: O poeta apresenta o fato, a personagem, as coisas como
são e acontecem na realidade, sem deformá-los pela sua maneira pessoal de ver,
sentir e pensar. Esta posição combate o exagerado subjetivismo romântico.
Arte Pela
Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum tipo de compromisso, e se
justifica por sua beleza. Faz referências ao prosaico, e o texto mostra
interesse a coisas pertinentes a todos.
Estética/Culto
à forma: Como os poemas não assumem nenhum tipo de compromisso, a estética
é muito valorizada. O poeta parnasiano busca a perfeição formal a todo custo, e
por vezes, se mostra incapaz para tal.
Aspectos importantes para essa estética perfeita são:
Rimas Ricas: São evitadas palavras da mesma classe gramatical. Há uma ênfase das
rimas do tipo ABAB para estrofes de quatro versos, porém também muito usada as
rimas interpoladas.
Valorização dos Sonetos: É dada preferência para os
sonetos, composição dividida em duas estrofes de quatro versos, e duas estrofes
de três versos. Revelando, no entanto, a "chave" do texto no último
verso.
Metrificação Rigorosa: O
número de sílabas poéticas deve ser o mesmo em cada verso, preferencialmente
com dez (decassílabos) ou doze sílabas(versos alexandrinos), os mais utilizados
no período. Ou apresentar uma simetria constante, exemplo: primeiro verso de
dez sílabas, segundo de seis sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis
sílabas, etc.
Descritivismo: Grande
parte da poesia parnasiana é baseada em objetos inertes, sempre optando pelos
que exigem uma descrição bem detalhada como "A Estátua", "Vaso
Chinês" e "Vaso Grego" de Alberto de Oliveira.
Temática Greco-Romana: A
estética é muito valorizada no Parnasianismo, mas mesmo assim, o texto precisa
de um conteúdo. A temática abordada pelos parnasianos recupera temas da
antiguidade clássica, características de sua história e sua mitologia. É bem
comum os textos descreverem deuses, heróis, fatos lendários, personagens
marcados na história e até mesmo objetos.
Cavalgamento ou encadeamento
sintático: Ocorre quando o verso termina quanto à métrica (pois chegou na
décima sílaba), mas não terminou quanto à ideia, quanto ao conteúdo, que se
encerra no verso de baixo. O verso depende do contexto para ser entendido.
Tática para priorizar a métrica e o conjunto de rimas.
A um poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego
Não se mostre na fábrica o suplicio
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Olavo Bilac
SIMBOLISMO
Simbolismo é uma tendência literária da poesia e das outras artes
que surgiu na França,
no final do século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Positivismo da época.
Principais características
Subjetivismo: Os
simbolistas terão maior interesse pelo particular e individual do que pela
visão mais geral.
Musicalidade:
Transcendentalismo:
Veja um trecho do
poema “Cristais”, no qual é claro o uso da sinestesia, recurso estilístico que
associa dois sentidos ou mais (audição, visão, olfato, etc.):
Mais claro e fino do que as finas pratas
o som da tua voz deliciava…
Na dolência velada das sonatas
como um perfume a tudo perfumava.
Era um som feito luz, eram volatas
em lânguida espiral que iluminava,
brancas sonoridades de cascatas…
Tanta harmonia melancolizava.
Filtros sutis de melodias, de ondas
de cantos volutuosos como rondas
de silfos leves, sensuais, lascivos…
Como que anseios invisíveis, mudos,
da brancura das sedas e veludos,
das virgindades, dos pudores vivos.
Mais claro e fino do que as finas pratas
o som da tua voz deliciava…
Na dolência velada das sonatas
como um perfume a tudo perfumava.
Era um som feito luz, eram volatas
em lânguida espiral que iluminava,
brancas sonoridades de cascatas…
Tanta harmonia melancolizava.
Filtros sutis de melodias, de ondas
de cantos volutuosos como rondas
de silfos leves, sensuais, lascivos…
Como que anseios invisíveis, mudos,
da brancura das sedas e veludos,
das virgindades, dos pudores vivos.
A gradeço ao Professores por esta oportunidade de encontra a matéria do trabalho que tenho de entrega a professora e a gradecer também á Google que para mim é o pai da sabedoria um abraço . Professor Jairo Santos.
ResponderExcluirAmém o conteúdo mi ajudou muito no meu trabalho.
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